Cerest desenvolve trabalho em postos de combustíveis

16/10/2013 - Indaiatuba - SP

da assessoria de imprensa da Prefeitura de Indaiatuba

O Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), da Secretaria de Saúde, está realizando um trabalho de inspeção em postos de combustíveis de Indaiatuba. O trabalho faz parte do Projeto de Vigilância Ambiental e de Saúde dos Trabalhadores dos Postos de Combustíveis em Indaiatuba. O município tem 47 estabelecimentos dessa natureza, sendo que 16 já passaram pela avaliação.

São verificados diversos itens dentro do roteiro de inspeção sanitária como produtos comercializados, medidas de proteção, condições de higiene e conforto, equipamentos de proteção individual, entre outros. “Fazemos toda a verificação quanto à saúde dos trabalhadores como a análise dos exames periódico, tendo em vista que o benzeno um dos produtos de exposição nos postos de gasolina é causador de câncer”, comenta o médico de saúde do trabalhador, Sandro Luiz Bruzon, que faz parte da equipe multidisciplinar do Projeto. “Havendo alterações convidamos o funcionário até o Cerest para uma investigação minuciosa do caso e se necessário o tratamento”, completa.

Conforme a bióloga Silvana Chaud Sproesser, que também integra essa equipe do Projeto, são verificadas, além dos itens de saúde do trabalhador, questões voltadas ao meio ambiente e de vigilância em saúde. “Fazemos análise detalhada dos postos de combustíveis em vários aspectos como condições das instalações para funcionários e público ou se tem área de alimentação muito próxima ao local de abastecimento, mas sempre com o objetivo de orientação para a adequação das normas vigentes para o tema”, relata.

TRABALHO EXPOSTO EM ENCONTRO NACIONAL

O trabalho indaiatubano foi apresentado durante o 3º Encontro Nacional de Vigilância em Saúde em Postos de Combustíveis, ocorrido em setembro, no Rio de Janeiro. Devido à metodologia aplicada e os resultados já obtidos foi feito um convite para que os responsáveis do programa escrevam um artigo que será publicado na próxima edição da revista SUS editada pelo Ministério de Saúde.

Durante o evento, Maria Juliana Moura Corrêa, doutoranda da Universidade Federal da Bahia (UFBA), lembrou que, desde 1982, o benzeno foi reconhecido como carcinógeno, especialmente da leucemia, pela International Agency for Research on Cancer (Iarc). Sua decorrência é, em grande parte, ocupacional e passível de prevenção, e os níveis de exposição ao benzeno e seus efeitos sobre a saúde são objeto de vigilância em todo o mundo. No Brasil, a saúde do trabalhador incorporou os postos de combustíveis como ambiente de trabalho de vigilância contínua e sistemática.

O benzeno é o mais simples dos hidrocarbonetos aromáticos e é obtido a partir da destilação do carvão mineral e do petróleo, apresentando-se como um líquido incolor, lipossolúvel, com odor aromático. Ele pode ser absorvido pelas vias cutânea e pulmonar. As complicações podem ser agudas, quando ocorre exposição a altas concentrações com presença de sinais e sintomas neurológicos, ou crônicas, com sinais e sintomas clínicos diversos, podendo ocorrer complicações, a médio ou em longo prazo, localizadas principalmente no sistema hematopoiético.

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